11/23/11

Boa Companhia no Casamento

Lá no quintal de casa havia um abacateiro muito frutífero. Mas alguns parasitas começaram a se enroscar nele e, aos poucos, os frutos começaram a rarear. No ano passado ele nem deu frutos. É que os parasitas começaram a sufocar tanto a árvore, e a lhe sugar tanta energia, que o pé de abacate quase morreu. Então, arrumei uma pessoa que subiu no pé e os arrancou de lá. A árvore ficou outra. Este ano, os abacates retornaram com toda a força.

Há pessoas que são parasitas no seu relacionamento conjugal. Elas sufocam o cônjuge. São tão dependentes do outro, que derrubam a energia e o prazer do relacionamento. Cônjuges que não têm vida própria precisam do outro para sobreviver. Gente assim vive um casamento desequilibrado, doentio e infeliz.

Muitas vezes o cônjuge acredita que o outro é posse dele, e que pode manipulá-lo. Então quer manter o parceiro debaixo de estrito controle. Vive telefonando para saber onde está, com quem está, o que faz e o que pretende fazer. Sufoca o outro pensando, e às vezes afirmando, que está protegendo a pessoa amada. Outras vezes a pessoa é emocionalmente frágil, com baixa auto-estima, que não acredita que alguém possa amá-la real e profundamente, então vive desconfiada do parceiro. Há também cônjuge que vive com sentimento constante de que algo ruim vai lhe acontecer. Está sempre projetando o pior. E quase sempre o pior virá de uma atitude desleal do outro. Em todas essas circunstâncias, a pessoa é tentada a se transformar em detetive, sempre suspeitando de tudo o que o outro faz, e de todos que estão a volta dele. Logo o seu casamento vai ficar parecido com uma delegacia policial, pois sempre haverá queixas e boletins ocorrências. Acontece que nenhum relacionamento saudável se sustenta sobre dúvidas. E quando a desconfiança é projetada no relacionamento, um acaba sufocando o outro e, consequentemente, tirando a alegria do convívio conjugal.

James Dobson diz que “quando um cônjuge se sente preso no relacionamento, ele fica sonhando com o dia da liberdade. A pessoa fica pensando no maravilhoso dia quando conseguirá se livrar, finalmente, daquele cônjuge sanguessuga”. Muito antes da decisão de deixar o parceiro ou prevaricar, algo básico começou a modificar-se no relacionamento conjugal. E quase sempre um dos cônjuges começa a se sentir enjaulado. Casamento saudável é aquele em que eu posso viver sem a minha esposa e ela sem mim, mas nós não queremos viver sem o outro. Afinal, encontramos prazer no nosso convívio.

Vou voltar a uma velha história. A Bíblia diz que Deus viu que o homem estava só. Então fez uma avaliação: “não é bom que o homem esteja só, vou lhe fazer uma companheira idônea”. Alguém que lhe fosse equivalente, e que caminhasse bem ao seu lado. Alguém que lhe ajudasse e facilitasse a marcha da vida. Deus não idealizou a família apenas para procriação e sexo. O homem seria capaz de procriar melhor se não tivesse parceira. Afinal, ninguém precisa de casamento para ter filhos, nem mesmo para ter sexo.

Deus idealizou a família para o companheirismo, para que o casal tivesse projetos juntos, para que houvesse prazer a dois. Ninguém quer casamento para viver só. É pra romper esse individualismo e participar do outro, sem sufocá-lo. Quando aprendemos a convergir nossos projetos, vamos caminhar juntos, estar juntos, partilhar e construir a nossa história juntos, e isso vai encher a nossa vida de desafios, mas também de significado e de alegria.

E, se esse casal que se ama convida Deus para enriquecer essa caminhada, mesmo enfrentando lutas e adversidades, ele tem tudo para que essa marcha conjugal seja abençoada e feliz.
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