7/15/11

“Plunct, Plact, Zum!”

“Acolhei-vos uns aos outros, como também Cristo vos acolheu, para a glória de Deus.”
Rm 15.7

Raul Seixas fez uma música chamada “O Carimbador Maluco”, para o musical infantil “Plunct, Plact, Zum”, exibido na rede Globo, em 1993. Nele, um grupo de crianças proibidas de fazer as coisas que amavam, planejam se mudar para outro planeta. Elas arrumam uma nave espacial maluca, mas, no caminho, as crianças se deparam com um burocrata, que exige os documentos da nave. A música cantada por aquele funcionário público, dizia: “plunct, plact, zum! Não vai a lugar nenhum!”

No Novo Testamento, o apóstolo Paulo trata das divergências que ocorriam entre os cristãos da Igreja de Roma. Alguns deles começaram a julgar os outros por causa de comida (Rm 14.1-4). Eles achavam que determinadas comidas não podiam ser digeridas pelos cristãos. Os irmãos julgados, por sua vez, começaram a desprezar seus críticos. Havia também divergências por questões de dias (Rm 14.5). Uns achavam que alguns dias eram mais importantes que outros para a fé cristã. Outros achavam que não.

Hoje, cristãos continuam tendo divergências sobre muitos assuntos, e isso é facilmente constatado pela multiplicação de igrejas, denominações e seitas evangélicas. Algumas dessas divergências são absolutamente inócuas. São plunct, plact, zum. Não vão a lugar nenhum. Por isso, aos crentes em Roma, o apóstolo Paulo disse que cada um devia pensar do jeito que quisesse (Rm 14.5,6). E que essas coisas não eram essenciais para a fé cristã, pois o Reino de Deus não é comida nem bebida (Rm 14.17), e, no final, cada um dará conta de si mesmo a Deus (Rm 14.12).

O apóstolo também ensinou que devemos seguir as coisas que ajudam na edificação mútua e que não devemos ser pedra de tropeço na vida de nenhum irmão (Rm 14.19,20). E que podemos abdicar de coisas que aprovamos para que outro irmão não tropece na fé (Rm 15.1,2). Nisso tudo, há três versículos importantíssimos: “Pois se teu irmão se entristece por causa da tua comida, não estás andando segundo o amor fraternal” (Rm 14.15). “A fé que tens, guarda-a contigo mesmo diante de Deus. Feliz é aquele que não se condena naquilo que aprova. Mas o que tem dúvidas é condenado se comer, pois o que ele faz não provem da fé; e tudo que não provem de fé é pecado. (Rm 14.22,23)” Ou seja, um bom princípio a ser observado sempre é: “nas pequenas coisas, diversidade; nas questões capitais, unidade; em todas as coisas, caridade”.

E, concluindo esse assunto, o apóstolo Paulo disse: “Portanto, acolhei-vos uns aos outros, como também Cristo nos acolheu, para glória de Deus. (Rm 15.7)”. A palavra acolher, no grego, pode também ser traduzida por aceitar. Esse acolhimento e aceitação são fundamentais quando consideramos a importância dos relacionamentos para os discípulos de Jesus. Sabe por quê? Porque você vai ter sempre crentes que pensam diferente de você, sobretudo em assuntos secundários. E esses aspectos são plunct, plact, zum. Ou seja, você vai discutir, discutir, discutir, e não vai chegar a nada.

Então, em vez de você ficar valorizando as diferenças que possui, valorize a identidade que você tem com seu irmão em Cristo. Olhe para o lado, e acolha o seu irmão, não para criticá-lo ou para julgá-lo, mas para amá-lo e cuidar dele. Essa é a exortação da Palavra de Deus para nós. É como se dissesse: “ao crente é proibido fazer tempestade em copo d’água”. Não seria muito bom se todos seguissem esse conselho bíblico?
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