11/23/10

No Último Minuto...

Era a sua última partida de futebol. Se ganhasse, elevaria outra vez o nome da França aos píncaros da glória. Além disso, era também sua despedida como jogador. Tinha tudo para deixar os gramados com o mundo aos seus pés. Mas aos 5m do segundo tempo da prorrogação da final da Copa do Mundo, na Alemanha, aceitou a provocação do italiano Matarazzi e, para a surpresa de todos, agrediu-o com uma violenta cabeçada. Foi expulso. Assim, sob uma saraivada de vaias, Zidane, o capitão da seleção francesa, saiu de campo. Logo depois a partida foi para os pênaltis, briosamente vencidos pelos italianos. Nos últimos minutos de uma carreira brilhante, a um passo da glória, Zidane pôs tudo a perder.

Um pouco antes daquela partida final, a Alemanha e Itália já haviam feito um dos melhores jogos da Copa do Mundo. O tempo regulamentar não fora assim tão emocionante, mas quando as equipes entraram na prorrogação, começaram um jogo de vida ou morte. A Alemanha querendo levar o jogo para os pênaltis e a Itália tentando resolver a parada antes. Faltando apenas um minuto para o término, um chute parabólico de Grosso, com a precisão milimétrica de uma seta envenenada, seguido de um murmúrio de ansiedade do estádio e o salto, desesperado e impotente, do goleiro Lehmann, fez o estádio de Munique emudecer. Já nos descontos, aos 121 minutos, Del Piero fez 2 a 0, dando um tiro de misericórdia numa Alemanha aguerrida, garantindo assim a Itália na final da Copa.

Também no último minuto do derradeiro jogo do campeonato espanhol de 1993/94, Djukic teve nos pés a decisão. Era só marcar o pênalti e o seu clube galego, o La Corunha, levaria a glória de um título solitário. Djukiv falhou, e o Barcelona foi campeão. No último minuto, no último remate, tudo perdido.

O Pastor Falcão Sobrinho contou a história de um rapaz gravemente doente, internado num hospital do Rio. Naquele dia, diante do médico, ele perguntou: “Doutor, existe céu?” O médico desconfortável com a pergunta, continuou fazendo suas anotações. O rapaz insistiu: “Doutor, o senhor sabe como a gente chega ao céu?” O médico saiu e foi até a enfermaria. Perguntou à enfermeira de plantão se ela cria em Deus. Diante da resposta afirmativa, pediu que ela fosse até o leito 14, ajudar o rapaz. A enfermeira tremeu. O que diria àquele rapaz? Demorou tanto que, quando lá chegou, o rapaz já tinha partido sem resposta.

Em 1995, fui falar de Cristo ao seu Luiz Mendes. Vítima de câncer, ele estava bastante debilitado, e nem sempre conseguia permanecer lúcido. Deus pôs no meu coração lhe contar uma história da minha infância, e aplicá-la à vida dele. Feito isto, perguntei ao seu Luiz se queria entregar a sua vida a Jesus. Ele me respondeu: “É a coisa que mais desejo fazer neste momento”. Oramos juntos, ocasião quando ele convidou Jesus para ser seu Senhor e Salvador. Após a oração, ele abriu um longo sorriso, e me disse: “Gostaria de ter tido esta conversa com o senhor em outras circunstâncias”. Dias depois, o Senhor chamou-O à sua eterna presença. Mas a vitória da vida eterna em Cristo já lhe estava assegurada. Nos últimos momentos da sua vida.

No jogo da vida é muito importante chegar ao último minuto com a vitória garantida. Há muita gente a protelar uma decisão por Cristo. Gente que vive como se tivesse toda a eternidade para decidir. Muita gente, neste último minuto, descobre que a vida aqui está acabando e uma sensação desagradável de derrota invade seu coração. No último minuto, a pessoa percebe que seu estilo de vida não combina bem com a morte.

O cronômetro da graça de Deus ainda está contando tempo para a Salvação em Cristo. Mas é preciso correr, pois nesta partida não haverá prorrogação. O Grande Juiz garante que “quem crê nele (Jesus) não é condenado, mas quem não crê já está condenado...” (Jo 3.18). Ou seja, quem não se arrepende do seu pecado e não confia em Jesus Cristo já está derrotado. A gente não sabe quando o Grande Juiz fará soar o apito final. Então, cuidado, pois o último minuto pode ser o próximo.
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