10/29/10

Cristofobia

Cristofobia é o desprezo que muitos intelectuais e líderes de opinião sentem por tudo o que está relacionado com a mensagem do evangelho. Esta fobia pode ser claramente constatada pela maneira preconceituosa como a mídia trata todos aqueles que publicamente confessam ser evangélicos.

É claro que, hoje, há muita gente esquisita atribuindo suas esquisitices a Jesus. Há também espertalhões que já descobriram que o nome ‘Jesus’ dá lucro financeiro e político, se bem explorado. Não, não me refiro a esses. Eu mesmo sou o primeiro a criticá-los.

Jorginho, tetracampeão brasileiro, treinador do América, levou seu time à final da Taça Guanabara. Todo mundo sabe que Jorginho é crente, desde os tempos de jogador de futebol. Quem acompanhou a sua carreira como futebolista nada tem a dizer contra a sua conduta. Entretanto, certa vez O Globo publicou que ele proibiu palavrões nos treinos. A notícia, parcial, tentava sutilmente ridicularizá-lo, dando a entender que Jorginho queria transformar sua equipe numa igreja.

Uma conhecida igreja televisiva, que prega a teologia da prosperidade, promoveu um encontro gospel em Botafogo, no sábado, 11/2. O evento religioso atraiu 300 mil pessoas, segundo a Polícia Militar. A grande preocupação com transtornos no bairro, sobretudo no trânsito, não se confirmou. A reunião, em que pese o número de pessoas, algumas vindas de outros Estados, transcorreu sem qualquer distúrbio. No outro dia, não podendo falar mal, os jornais nada noticiaram. Reuniões religiosas muito menores na cidade já tiveram ampla cobertura na mídia, inclusive com chamadas na primeira página.

Samuel Pinheiro, da Aliança Evangélica Portuguesa, conta que ao participar de uma conferência sobre ética cristã à luz da obra “Aparição”, do escritor português Vergílio Ferreira, citou as palavras de Jesus contidas nos evangelhos. A reação do auditório foi bastante agressiva. Acusaram-no de intolerância, ausência de pluralismo, etc. No final, aquilo chamou a atenção de um dos participantes, que dizia: “quando se citam filósofos, políticos, teólogos ou escritores a reação é bastante diferente da que ocorre quando se cita Jesus Cristo”. Ele concluiu que: “ Assim como na química, onde os indicadores identificam e distinguem as bases dos ácidos, a pessoa de Jesus e suas afirmações identificam e revelam a natureza do coração e da mente humana”.

Jesus explica isto assim: “a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más. Pois todo aquele que pratica o mal, aborrece a luz, e não se chega para a luz, a fim de não serem argüidas as suas obras...” (Jo 3.19-21).

É verdade que há aqueles que não criticam nem hostilizam abertamente o evangelho. Todavia, basta uma citação bíblica incomodá-los, para moverem céus e terra tentando convencer que aquilo é uma opinião subjetiva e uma interpretação tendenciosa.

A cristofobia também chegou às editoras. Virou moda também a produção de livros de ficção, tipo “Código da Vinci”, reescrevendo a história de Jesus. Escritos e escritores rejeitados pelos primeiros cristãos, contestados pelos pais da igreja, desmascarados por historiadores sérios, têm suas heresias reeditadas, como se fossem verdades verdadeiras. O Mestre dos Mestres torna-se um mito ou um mero impostor. Só quem nada sabe sobre os evangelhos e sobre a história do cristianismo fica empolgado com tais publicações. É mais fácil agir assim do que encarar os desafios espirituais e éticos apresentados nos evangelhos.

O evangelho de Cristo incomoda porque “é vivo e eficaz, e discerne os pensamentos e propósitos do coração”. O falso evangelho dilui Jesus a um mero homem bom. Você não precisa temer nem torcer o verdadeiro evangelho. Nele, vemos que Cristo tem todo o direito de condená-lo, mas felizmente também pode compreendê-lo. Jesus compreende seus temores. Confie nele.
Pastor Renato Cordeiro de Souza.
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