9/27/10

Louvor e Testemunho

A primeira vez que subi à cidade de Teresópolis foi para pregar na PIBT. Quando criança já tinha vindo algumas vezes até o Parque Nacional, mas nunca havia entrado na cidade.

Estava um lindo domingo de sol, com o céu bem azul. Fui convidado para pregar num culto matutino, em janeiro, e cheguei mais cedo. Parei no Soberbo e fiquei impressionado com o Dedo de Deus. Que coisa linda! Não me cansava de admirá-lo. Tomei fôlego, e como ainda tinha tempo, entrei na cidade. Identifiquei a rua da igreja e, ao acaso, fui passear. Aleatoriamente, parei na Praça Santa Tereza onde tomei um cafezinho na Império que, segundo o irmão Heber Pites, serve o melhor café da cidade.

Naquele domingo, lá no Soberbo, me lembrei duma história contada pelo Pastor Page Kelley, no livro “Mensagens do Antigo Testamento Para os Nossos Dias”. Ele foi com sua esposa, de férias, ao País de Gales. Quando se dirigiam para determinado lugar, encontraram um ancião parado ao lado da estrada, fazendo sinal para que parassem. Pararam o carro, e o senhor perguntou se eram turistas. Eles responderam que sim, e ele se ofereceu para levá-los a uma montanha bem alta, de onde poderiam ter uma vista panorâmica daquela linda terra. Aceitaram a oferta, e o resultado foi uma experiência extraordinária. Após algum tempo viajando por uma estradinha estreita e sinuosa, eles chegaram ao pico da montanha. O Pastor Kelley disse que jamais havia visto uma paisagem tão linda como aquela. Ele podia ver rebanhos de ovelhas pastando no gramado verdejante, uma cidadezinha à beira rio e as ruínas de um velho castelo.

Quando desceram, o Pastor perguntou ao ancião por que ele os fez parar e se ofereceu para levá-los até ali. Ele respondeu: “Eu acho que esse é o lugar mais bonito em todo o País de Gales. Gosto de ir até lá para desfrutar da paisagem, e gosto de compartilhar com outras pessoas que sabem apreciar essa beleza”.

Em Lisboa, certa vez levei um amigo português a uma churrascaria gaúcha, e ele, fascinado, volta e meia me dizia: “Tenho que trazer meu pai aqui”.

Há uma reação natural, instintiva, entre louvor e testemunho. Se gosto de um lugar, de uma piada, ou de alguém, não me contento somente em gostar, quero que os outros também a conheçam. Como alguém disse: “O louvor aumenta o prazer de uma experiência agradável. Parece que o prazer estará incompleto se ele não se expressa. Quanto mais digno é o objeto do nosso louvor, maior será o nosso prazer.”

Louvamos a Deus por que Ele pede que fiquemos dizendo coisas bonitas sobre Ele? Deus precisaria do nosso louvor? Não é isso. Ele continua sendo Deus mesmo se não O louvamos. O nosso louvor é uma reação de compartilhar um prazer que experimentamos. É a divulgação de uma alegria que enche nossa vida de felicidade.

Por isso, o próprio Page Kelley diz: “Se verdadeiramente temos visto a Deus e experimentado o seu amor redentor, desejamos compartilhar isto com outros.” Há uma relação íntima entre louvor e testemunho. Louvar a Deus é testemunhar de Deus, e testemunhar de Deus é louvá-lO.
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