9/28/10

D. Naná Resolveu Imitar meus Pais

Recebi a notícia de que a D. Naná, mãe do Paulo Portes, nosso amigo de adolescência, partiu para o Senhor no sábado passado, 25/9.  Ficamos tristes e solidários com o Paulo, pedindo que Deus console o seu coração e o da Donária, sua irmã.

A nossa amizade com o Paulo nasceu de uma decisão da D. Naná. Ela conheceu nossos pais  nos anos cinquenta, em Acari, no subúrbio do Rio de Janeiro. Papai era um jovem médico, e foi o primeiro clínico geral do bairro, numa época quando não havia SUS ou coisa parecida. Estabeleceu ali um consultório e passou a trabalhar de manhã, de tarde, de noite e, não poucas vezes, varava a também a madrugada, em emergências.

Naquele tempo, vovô Antônio Ferreira de Souza era o pastor da Igreja Batista de Acari, e meus pais, Jeiel e Loecy, davam apoio à igreja. Papai fez um ambulatório no templo, onde atendia famílias desfavorecidas. Vovô deixou o pastorado da IBA em 1963, mas meus pais foram membros de Acari por mais de trinta anos.

Para que papai pudesse descansar, mudamos para Irajá. Mesmo assim, dominicalmente eles arrumavam os filhos e levavam-nos para a Igreja Batista de Acari. Era uma tremenda escadinha: Denise, Jeielzinho, eu e Ricardo, os gêmeos. Maurício, o caçula, só veio mais tarde.

D. Naná fora vizinha dos meus pais em Acari. Ficou impressionada com os bons vizinhos, e continuou prestando atenção neles, mesmo depois que mudaram para Irajá. Como morava próximo ao templo da IB de Acari, ficava intrigada ao ver semanalmente toda a nossa  família  passar unida para a Escola Dominical e os cultos.

Um dia D. Naná pensou consigo mesma: “Dr. Jeiel e D. Loecy são pessoas tão especiais, foram vizinhos tão bons, tão distintos, e levam seus filhos dominicalmente para essa igreja, isso deve ser bom. Vou mandar também meus filhos para lá”. E assim fez. Começou a mandar a Donária e o Paulo para a EBD e os cultos da IBA. Logo depois ela mesma começou a participar. Um pouco depois todos se converteram.

Paulo se tornou um dos nossos melhores amigos. Na adolescência e juventude, muitas vezes eu chegava tarde a casa, já na Tijuca, e lá estava o Paulo dormindo na minha cama. Não ficava zangado. Então, eu puxava um colchonete e dormia no chão.  Tempos depois Paulo se tornou engenheiro, e me convidou para fazer o casamento dele com a Maria Ortiz, também engenheira, na Igreja Batista de Icaraí, Niterói, RJ.

D. Naná, Paulo e Donária se converteram a Cristo por causa do bom testemunho dos meus pais. Bons tempos aqueles, quando os crentes ganhavam pessoas pra Cristo através do seu viver.  Sinto saudades da D. Naná. Mas que saudades também sinto  de crentes em Jesus Cristo como meus pais.

Esta história nos foi contada pela D. Naná.

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