3/27/12

O Pouco do Justo e o Muito do Ímpio

Um dos grandes temores do homem é a sua sobrevivência. E este temor não acontece só com o homem de hoje, não. Sempre foi assim. Jesus percebeu isso nos seus dias. Foi por isso que ele disse: “Será que alguém consegue ficar um centímetro mais alto preocupado diante do espelho?”

Um pastor contou que uma anciã, de 95 anos, estava muito preocupada. Então, chamou o filho. Ela queria que ele fizesse uma avaliação dos seus recursos. O filho vasculhou suas contas, seus bens, e lhe disse: “Mãe, fique tranquila. A senhora tem recursos para viver bem os próximos 15 anos”. E a mãe lhe respondeu: “É por isso que estou preocupada, filho. O que será de mim depois desses 15 anos?”

A Bíblia nos traz princípios divinos desconcertantes. Ela diz assim: “Mais vale o pouco do justo que a abundância de muitos ímpios”. Será que você está convencido disso? Ou você acha que isso era orientação para aqueles dias, mas que não podem ser levados a sério hoje? Vivendo num mundo tão competitivo e mercantil, quase todo mundo, inclusive os crentes, colocam esse princípio para escanteio.

Certa vez, um adolescente começou a trabalhar para um empresário rico. E ele colocou na sua pasta este versículo: “Mais vale o pouco do justo que a abundância de muitos ímpios”. Quando o empresário viu aquilo na pasta daquele garoto, disse: “Tira isso daí! É por isso que esses crentes não vão pra frente! Eles ficam com esse negócio de honestidade, e aí nada dá certo.”

Muitas vezes a Palavra de Deus nos ensina que não devemos confiar nas riquezas, mas, sim, no Deus que vai nos prover todas as coisas. O rei Amazias estava em guerra e percebeu que o seu Exército era muito menor que o outro. Então resolveu contratar outro Exército, pagando cem talentos de prata, para que somasse com o seu naquela guerra. Contratou, pagou, deixou tudo certinho. E aí Deus enviou um profeta, que lhe disse que Deus não estava com aquele povo. E que ele tinha se associado com pessoas com as quais Deus não tinha nenhum prazer. E terminou com um conselho: “Se você for guerrear, vá na força de Deus, e Ele lhe dará a vitória”. Mas o rei, ao ouvir aquilo, calculou o valor que já tinha investido, e a enorme perda que seria, e lhe perguntou: “O que eu faço com a quantia enorme que já paguei?”
Em vez de estar preocupado em saber se Deus iria honrar o Seu povo ao desfazer o negócio com aquele Exército, ele estava preocupado com o seu prejuízo financeiro. O homem de Deus olhou pra ele, e disse: “Muito mais do que isso pode lhe dar o Senhor”. Em outras palavras: “se você for no poder de Deus, e em obediência a Ele, Deus vai lhe abençoar”.

Nem sempre a perda da gente é perda. E nem todo o ganho da gente é ganho. Nem todo ganho traz bênçãos reais. Há pessoas que ganham dinheiro, mas perdem a alma! O dinheiro não pode ser o valor absoluto sobre nossas vidas “porque mais vale o pouco do justo que a abundância do ímpio”.
Uma mulher contava que a mãe dela pintava quadros, e que seu pai, que tinha uma mente empresarial, chegava, admirava os quadros por instantes e, pra desespero da mãe, perguntava: “quanto é que vale este quadro no mercado, se formos vendê-lo?” Aquela visão empresarial do pai colocava o espírito artístico da mãe em cheque. Porque o que valia para o pai era o dinheiro, e para ela, a arte.

Muitas pessoas têm sido vendidas pelo dinheiro. Qual é a unidade de referência que você está usando? O que tem valor pra você? A Bíblia diz que usar o dinheiro como fator para avaliar o homem é um dos grandes equívocos da nossa sociedade. O justo tem a bênção de Deus. E essa bênção não estará apenas sobre ele, mas sobre a geração que virá após ele. Como é que você avalia a si mesmo e aos outros? É errado avaliar as coisas sempre na perspectiva material.

Existem milhares de pessoas nessa terra que têm o bom e o melhor que o dinheiro pode dar, mas ainda não têm o mais importante, que é uma razão pra viver, uma família pra amar, uma causa pra viver com plenitude e alegria, o Espírito Santo velando por sua alma e a convicção de vida eterna. Isso tudo é impossível de ser tirado de um crente fiel. Por isso, a Bíblia diz: “mais vale o pouco do justo que a abundância de muitos ímpios”.
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