11/18/10

Quando Enfrentamos Nevoeiros na Vida

Quem vive em Teresópolis sabe o que é conviver com um nevoeiro. Às vezes o dia está belíssimo, com raios de sol trazendo alegria à vida e, de repente, o ruço sobe a serra. Aí, o dia se transforma em quase noite; a claridade dá lugar à obscuridade; as certezas se transformam em dúvidas e o calor vai cedendo ao frio.

Uma vez, num domingo pela manhã, viajando de Lisboa até Santarém, um denso nevoeiro me pegou em plena autoestrada que liga Lisboa à cidade do Porto. Durante quinze minutos, literalmente, dirigi o carro sem ver dois palmos à minha frente. Guiava-me pelos sinais da pista. Aqueles minutos me pareceram durar uma eternidade. Sabia que não devia parar nem correr muito, mas qual seria a velocidade correta ? Como estava a 40 Km/h, e não sabia qual seria a velocidade dos carros da frente e de trás, quase entrei em pânico. Se andasse rápido demais bateria no carro da frente. Se andasse muito devagar seria atropelado pelo detrás. Naquela hora, tudo o que pude fazer foi guiar o carro com muito cuidado e esperar pacientemente a evaporação da cerração. Foi um alívio quando, finalmente, pude enxergar a estrada e todo o seu panorama.

Na vida também enfrentamos nevoeiros. Alguns mais ralos e outros bastante densos. Quando os nossos problemas são pequenos costumamos confiar no nosso tino, e tocamos a vida pra frente. Mas, quando os problemas ficam muito pesados, a alegria se converte em choro; a lucidez em confusão; as certezas se transformam em dúvidas e a confiança dá lugar ao medo. Parece que estamos andando em círculos, não vemos progresso, perdemos o controle da situação e nos sentimos imobilizados. Geralmente, não sabemos para onde ir.

O nevoeiro em nossa vida traz-nos um segundo problema: ficamos sem referenciais. Os nossos valores morais e até mesmo os espirituais passam a ser questionados. Como não estamos vendo as coisas claramente, passamos a dar ouvidos a pessoas que defendem toda a sorte de coisas. Ficamos com rumo incerto, ao sabor dos palpites de pessoas, nem sempre bem intencionadas.

Então, o que fazer numa hora dessas? Somos tentados a tomar as decisões drásticas e, tipo: - “vou lá e arrebento a cara dele!” Tenho notado que, nessas horas, tomar decisões repentinas só piora a situação.

Mas, há coisas a que devemos nos agarrar. Nunca se esqueça das linhas traçadas por Deus na Sua Palavra. Quando você não enxergar dois palmos da estrada direito, então, agarre-se à sinalização de Deus. Saiba que as marcas dos Céus sempre nos dão segurança. Andando de olho nelas, você pode ter certeza de que não vai sair da estrada da vida abundante. Então, apegue-se às promessas de Deus. Elas são verdadeiros feixes de luz que alumiam a escuridão do caminho. O salmista disse: “lâmpada para os meus pés são a tua palavra e luz para o meu caminho”. Em situações de pânico, tenho visto muitos crentes trocando o brilho e a segurança da Palavra de Deus por ilusões. Quando enfim conseguem enxergar alguma coisa, percebem que estão mais perdidos e sem rumo. E o pior: estão também longe dos caminhos do Senhor.

Outra coisa boa também é confiar na graça de Deus. Fazemos isso em oração, com fé. Dizemos para Deus: “olha, eu não sei o que fazer, mas vou esperar que tu mesmo me ajudes nesta hora, como já me ajudaste em tantos momentos difíceis, no passado!” Tenho visto que quando não temos esperança de chegar a lugar nenhum, então a graça de Deus chega em nosso socorro. E ela vem para gente carente, débil, mas crente. De súbito, a cerração vai ficando tênue e começamos a ter um vislumbre da paisagem e da solução do problema.
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